quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Parto duplo

terça-feira, 26 de janeiro de 2010










Manejo reprodutivo de ovinos

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MANEJO REPRODUTIVO DE OVINOS


1. MANEJO REPRODUTIVO
É o conjunto de medidas voltadas para a melhoria do desempenho zootécnico e econômico do rebanho. Para que um programa de manejo reprodutivo seja eficiente e seus objetivos alcançados, devem ser cumpridas algumas exigências:

1- levantamento das condições sanitárias e alimentar;

2- capacitação da mão-de-obra;

3- eficiência na identificação dos animais.



2. PUBERDADE E MATURIDADE SEXUAL
A puberdade e a maturidade sexual são termos de significados diferentes.



2.1. Puberdade - é definida como o momento em que o animal mostra capacidade de se reproduzir, podendo ser: fisiológica e zootécnica. A puberdade fisiológica ocorre na idade de três a quatro meses, em criatórios com manejo adequado. A puberdade zootécnica ocorre quando os animais estão aptos para a reprodução ao atingirem a idade de 10 a 12 meses (1ª muda).



2. 2. Maturidade sexual - é definida como o momento em que o animal alcança sua completa capacidade reprodutiva.



3. CICLO ESTRAL E ESTRO (CIO)

É o período compreendido entre dois cios, durante o qual ocorrem profundas modificações hormonais, atuando em todo o organismo animal, particularmente sobre o aparelho genital e comportamento da fêmea. Tem intervalos de 20 a 21 dias, dividindo-se nas seguintes fases:


3.1. PROESTRO – período em que a ovelha mostra-se agitada, mas ainda não aceita a “monta”. Antecede ao cio e tem duração média de 24 horas.



3.2. CIO OU ESTRO – período em que a fêmea aceita o macho e deixa-se montar. Tem duração aproximada de 30 a 32 horas.



3.3. METAESTRO – tem início no momento em que a fêmea passa a recusar a monta. Nessa fase ocorre a ovulação, de 12 a 36 horas após o início do cio. O final do metaestro corresponde à formação de um ou mais corpos lúteos nos ovários.



3.4. DIESTRO - nessa fase a fêmea recusa a monta e corresponde ao período em que os corpos lúteos permanecem funcionais, sendo a fase mais longa do ciclo estral (17 a 18 dias). Após esse período, os corpos lúteos, normalmente, regridem. Os ovários sofrem novo estímulo e se reinicia o ciclo com o proestro.



4. SELEÇÃO DE ANIMAIS PARA REPRODUÇÃO:



Reprodutores e Matrizes

A escolha de bons reprodutores e matrizes constitui a base fundamental para a exploração da caprinocultura. O sucesso da atividade dependerá das respostas dadas pelos animais e das condições a eles oferecidas. Dessa maneira, alguns pontos deverão ser observados quando da escolha e seleção dos animais:

1- saber se os animais são adaptados para as condições climáticas da região;

2- adquirir animais com a aptidão que se pretende;

3- escolher animais de boa capacidade reprodutiva;

4- escolher animais de boa caracterização racial, de bom vigor e boa conformação;

5- escolher animais de bom desenvolvimento em relação à idade;

6- escolher um reprodutor que apresente uma boa libido;

7- escolher animais livres de defeitos e doenças infecto-contagiosas.

5. ESTAÇÃO DE REPRODUÇÃO
A eficiência reprodutiva de um rebanho é o resultado da interação do patrimônio genético dos indivíduos e do meio-ambiente. Este deve ser manipulado adequadamente pelo homem na tentativa de oferecer melhores condições de exploração e, conseqüentemente, alcançar maiores índices de produção.

A escolha da época para a realização da estação de reprodução deve estar baseada nas condições climáticas da região, capacidade de reprodução do macho e da fêmea e na disponibilidade de alimento durante os períodos de nascimento das crias e da lactação.

A época do ano destinada à estação de monta, quando se objetiva um parto ao ano, deverá ter início 90 a 100 dias antes do começo do período invernoso, dispensando dessa maneira os cuidados com a nutrição da matriz, pré e após o parto. Entretanto a preocupação com a alimentação dos cabritos após o desmame deverá existir.

Quando se pensar em três partos em dois anos, o período das estações de monta deverá ser alicerçado pelas condições locais e regionais, não esquecendo de adotar um adequado manejo sanitário e nutricional antes e durante as épocas de cobertura. Cuidados especiais devem ser dados ao terço final da estação e após o parto. Esse sistema visa a um melhor aproveitamento do potencial reprodutivo das fêmeas através da redução do intervalo entre partos, de 12 para 8 meses. Recomenda-se a estação de monta com duração de 42 a 45 dias e o desmame das crias aos 90 dias de idade.



6. SISTEMAS DE ACASALAMENTO
De acordo com o sistema de criação, poderá ser utilizada a monta natural, monta natural controlada e a inseminação artificial.



6.1. MONTA NATURAL a cabra são deixadas constantemente com os machos, ocorrendo coberturas sem qualquer controle por parte do criador. Esse tipo de acasalamento é usado em criações extensivas.



6.2. MONTA NATURAL CONTROLADA - nesse sistema de acasalamento, é necessária a detecção do cio através da utilização de “rufiões”, sendo cobertas as fêmeas identificadas.



6.3. INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL - ato realizado pelo homem, que tem a finalidade de introduzir sêmen nas vias genitais da fêmea.



7. CUIDADOS COM A GESTAÇÃO

A gestação na ovelha dura, aproximadamente, 150 dias, com variações de 146 a 152 dias. Esta variação é por interferência da raça, idade, estado de nutrição e número de crias por parto.

A ovelha em gestação torna-se muito sensível e, por isso, é necessária uma série de cuidados para evitar que ela perca a cria.

Essas ovelhas devem ser protegidas contra chuvas fortes, frio excessivo, movimentos violentos e longas caminhadas. A vermifugação deve ser evitada, sabendo-se do risco de aborto.

As ovelhas criadas em nível de campo devem ser recolhidas ao aprisco, quando próximas ao parto. À medida que a gestação se aproxima do fim, as necessidades nutricionais da matriz aumentam.



8. PARTO

Sintomas do parto: a matriz procura um local tranqüilo, mostra-se inquieta e após algumas contrações, a bolsa d’água surge e estoura, dando passagem às patas dianteiras da cria. Em casos raros poderá haver primeiro a apresentação da parte posterior da cria.



9. CUIDADOS COM AS CRIAS

Após o nascimento, a ovelha lambe o seu filho até enxugá-lo. Se isto não ocorrer, o criador deverá fazê-lo com um pano limpo e seco.

Em seguida, desinfetar o cordão umbilical com álcool iodado.

O borrego deverá mamar o colostro, pelo menos durante as primeiras 24 horas de vida.

Proteger os animais contra correntes de ar e chuvas para evitar complicações pulmonares.

Manter lotes de borregos com idades semelhantes, evitando que crias de lotes diferentes se misturem, prevenindo assim acidentes e transmissão de doenças.



10. DOENÇAS DA REPRODUÇÃO



10.1. Brucelose - doença causada pela Brucella mellintensis. Sintomas: aborto no último trimestre, retenção da placenta, esterilidade e testículos inflamados. Tratamento: não há.



10.2. Vibriose - doença causada pelo Vibrio foetus. Sintomas: aborto no último trimestre, estro prolongado. Tratamento: uso de antibióticos.



10.3. Tricomoníase - doença causada pelo Trichomonas fetus. Sintomas: aborto no primeiro trimestre, ciclos estrais irregulares. Tratamento: eliminação dos machos infectados.



10.4. Leptospirose - doença causada pela Leptospira pomona. Sintomas: aborto, icterícia, mastite e urina com sangue. Tratamento: vacinação e isolamento de possíveis portadores.



10.5. Mastite - doença causada por vários agentes, bactérias e vírus. Sintomas: úbere inflamado e impedido de sua função. Tratamento: uso de antibióticos.



10.6. Epididimite - doença causada pela Brucella mellintensis. Sintomas: testículos inflamados. Tratamento: não há.



10.7. Micoplasmose - doença causada pela Mycoplasma. Sintomas: inchaço das articulações, tosse, corrimento nasal, febre, mastite, inflamação nos olhos. Tratamento: uso de antibióticos.



10.8. CAEV - doença causada por vírus. Sintomas: inchaço das articulações, febre, paralisia de um dos membros e mastite. Tratamento: não há.



11. EFEITO DA ALIMENTAÇÃO NA REPRODUÇÃO

A alimentação correta é um dos fatores responsáveis pela eficiência reprodutiva do rebanho, tanto para animais jovens quanto para adultos, exercendo acentuada influência em:

1- idade da puberdade;

2- aparecimento de cios;

3- desempenho sexual do reprodutor;

4- produção de leite;

5- número de crias/parto.